quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Por instantes... Por momentos...


Por instantes, tive-te na mão...
Não porque fosses uma “coisa”... Não porque fosses um dado adquirido...
Mas, simplesmente, porque o verbo “Ser” era conjugado na primeira pessoa do plural... Porque, simplesmente, “éramos”!
E, por esse motivo, julguei ter-te na mão...
Não era bem na mão... Era mais no colo.

Por instantes, julguei ter-te no colo...
Deitado sobre mim, aninhado em mim, junto a mim... Tinha-te ali, à distância de um inspirar, e sentia-te com a força de um sorriso...
E como era bom saber-te e sentir-te ali, perto, junto, dentro, em mim...

Por instantes, julguei ter-te nos braços...
Como num porto de abrigo...
Eras o meu ninho e, no entanto, era eu quem julgava ter-te nos meus braços...
Talvez porque sempre que os abria era os teus que esperava, eram os teus passos que se faziam ouvir e eu, de braços estendidos, esperava para sentir-te de novo...

Por instantes julguei ter-te no peito...
Quando era eu quem me deixava adormecer no teu, depois de te teres saciado no meu...
Julgava ter-te na união dos nossos peitos porque, depois de unidos, nada os fazia separar, porque os ritmos eram sincronizados...

Por instantes, parei...
E, solta de braços e colos, de mãos vazias em frente aos meus olhos que já não encontraram mais os teus, percebi...

Por instantes, percebi que fora um erro nos verbos...

Eu nunca te tive,
Tu nunca me tiveste...

Mas, por instantes amei-te...

E, por instantes, amaste-me...

Até que o sonho terminasse,
E até que cada um de nós, no seu mundo acordasse...

...

E, por instantes, por momentos, fui feliz!

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