domingo, 21 de fevereiro de 2010

Como te quero



Quero-te junto a mim...
Assim, tão perto, que terei que respirar o mesmo ar que sai da tua boca.
Manter-me prisioneira dos teus braços...
Sentir a tua pele quente, roçando a minha...
As tuas mãos invadindo o meu corpo, que é já só teu, inventando nele novos caminhos...
Fazendo da cama o nosso ninho...

Quero sentir o meu coração bater junto ao teu, no mesmo compasso...
A tua boca, sussurrando as tuas fantasias, deliciosamente loucas...

Quero amar-te com loucura, de todas as formas possíveis e impossíveis...
Quero que me apertes contra o teu peito, que me beijes na boca com Paixão...
Quero abrir os meus braços inquietos, para sentir o teu abraço...
Com as minhas pernas, encaixar-me em ti, formando um laço, que desejo não mais desatar...

Liberta o meu corpo que grita, aflito, de desejo... Sem pudores, sedento pelas tuas carícias... Carente das tuas mãos suaves, que conhecem todos os meus recantos, cada milímetro de mim...
Enfim, o êxtase... Corpos suados...
Almas gémeas de amor saciadas.

Quero-te na grandeza desse instante que se faz eterno...
Quero-te na saudade, na tua ausência...
Quero o suave sabor da tua boca,
O toque terno das tuas mãos em mim...

Quero-te em mim, assim...
Num Tempo que não conhece fim!...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Soneto de Fidelidade




De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.



Vinicius de Moraes