segunda-feira, 28 de abril de 2008

Saudade


“Saudade é amar um Passado que ainda não passou,

É recusar um Presente que nos magoa,

É não ver um Futuro que nos convida…”

Pablo Neruda



E, de repente, tudo se foi…

Deixando apenas um vazio, que emudeceu a nossa voz…

Se, apenas um nada ficou, para onde terá ido o “tudo” do que houve entre nós?

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Vou pensando...


Hoje estou a pensar em nós, não sei porquê mas, de repente todas as lembranças acordaram dentro de mim, quando o mais lógico seria esquecer, seria apagar-te do livro do meu coração.
Mas, de repente, comecei a pensar…
Não sei o que provocou isso, talvez tenha sido uma rosa triste que vi morrer no vaso... O chão ficou cheio de pétalas mortas, desfeitas, como se fosse lágrimas vermelhas que a flor chorou… Ou talvez tenha sido o pôr-do-sol bonito que vi… Ou talvez não tinha sido nada... Porque foi o nada que restou...
Nada!...

Eu pensei que ia continuar a viver, como antes de entrares na minha Vida, mas hoje compreendo que tu ficaste em mim, ficaste na minha Vida.
Penetras-te com força no meu sangue e no meu coração, estás dentro de mim como se fosses uma presença extra-sensorial, como se fosses um ser ligado misteriosamente a mim, por laços reais que não vemos, mas sentimos... Sinceramente, eu não sei mais o porquê de pensar em ti, até porque o caminho que vou seguir não é mais o teu e muito menos o nosso, porque nenhum dos dois existe mais.

Vieste para a minha Vida como uma leve brisa que vem para a tarde quente de Verão…
Vieste, simplesmente...

Apareceste do Nada, no sempre que Sempre existiu...

Não queria nada além de ti, do “Tu” que pensei conhecer, como ninguém... E que Nunca existiu...

Pensei que amar fosse apenas desejo, contacto de lábios, de corpos, de mãos, mas aprendi que o verdadeiro sentimento vem de dentro... Das profundezas da Alma e do fundo do Coração.
E foi com ambos que aprendi a esquecer... A apagar pegadas que julguei para sempre impressas no meu mais ínfimo Ser...

Estou só e por isso analiso o que senti por ti, analiso toda a ansiedade em tempos sentida, a vontade imensa de ver-te, de ter-te, de apertar-te nos meus braços, de sentir a tua presença, de ouvir as tuas palavras e ver a tua alma debruçada nesses olhos que foram em tempos toda a luz da minha Vida.

Retrocedi pelo meu caminho e pensei que estava na hora de recomeçar a viver, mas senti que não estava só, tinha comigo a sombra da saudade a perseguir-me, falando-me de ti, falando-me de nós e por isso estou a pensar em ti nesta noite vazia e fria, mas saudosa...

Estou a pensar em “Nós”, que fomos algo e Hoje não somos nada...
Apenas dois estranhos, dois estranhos separados.

Estou só e continuarei só... Mas feliz… Feliz por ter reencontrado o meu caminho, a minha Vida de novo, reaprendi a ser Feliz, voltei a viver, sobrevivendo...

Houve dias em que senti como se a Vida tivesse perdido todo o sentido, como se o “Adeus” tivesse matado em mim o que eu tinha de mais nobre, de mais belo… Que era a capacidade de amar...
Nada restava para mim, restando-me apenas o conteúdo de saudade... E a vontade, imensa, de apertar-te nos meus braços...

Não!!!
Nada disso já importa!!!...
Não chega!!!
Quero mais, muito mais!!!
Quero viver!!!

Não sou de ninguém!!!
Sim, esta é a verdade!!!

Posso até estar perdida dentro de mim mas, ainda assim... Sou feliz e é isso que me apetece gritar a plenos pulmões para todo o Mundo ouvir:
Sou feliz...
Sem ti!!!

sábado, 12 de abril de 2008

Despeço-me...

Hoje visto-me de luto…
Por fora e, principalmente, por dentro!!!

Hoje vou interromper um ciclo que teimei em dar seguimento...

Hoje vou enterrar-te, como se te tivesse perdido para sempre, como se tivesses morrido…

Apenas porque preciso “matar-te”, enterrar-te ou, caso contrário, morrerei eu, cada dia mais um pouco, até não restar mais nada de mim...

E faço-o com medo...
Medo do vazio, de olhar para mim e de nada ver...

Sou apenas e só uma página em branco com mágoas calcadas por uma caneta sem tinta...

É a assustadora visão de alguém sem sonhos, entregue a uma banalidade monótona a que chamam de rotina...

Rotina esta que é a corda, velha e resistente, que ainda me amarra à Vida...

Tenho andado alheada de sonhos e sido cúmplice de uma realidade que antes não deixava aproximar-se.

Conivente e comparsa, num plano que nem eu sei como termina.
Vou movendo o meu corpo indiferente à brisa que me rouba e leva para muito longe as essências de outros dias...

Caminho pelos dias, de olhos ávidos de sonhos, na esperança de sentir aquela brisa fresca que me acaricia e sempre me apaixonou...
O desejo de te ter...
Que eu insisto em acorrentar em histórias que nem eu própria acredito...
Mergulho num vazio...
Resta-me saber quando voltarei a emergir... Não importa... As cicatrizes tornam-me mais bela...

Hoje, enterro-te, mato-te, porque preciso de te saber morto... Preciso...

Enterro contigo todas as lembranças dos nossos momentos...
Nos momentos mais banais e insignificantes em que me fizeste apaixonar por ti...
Na noite em que pela primeira vez me beijaste, à luz da lua, num local que sempre será recordado com carinho...
No primeiro jantar em que me deste um beijo carinhoso na cabeça e me agarraste contra ti... Nos poucos carinhos sinceros que trocaste comigo...
Dos beijos que trocámos, das noites que passámos juntos...
Dos abraços que ainda me deste, sem que nunca soubesse o que significavam para ti...
Da noite em que me disseste que precisavas de um porto de abrigo e que eu não o era, era o oposto... E como me decidi a tornar-me nesse porto de abrigo para ti e só para ti...
De quando decidi não mais voltar a estar contigo e quebrei essas promessas sempre que voltavas para mim e com um simples pedido de desculpas me reconquistavas de novo...

Sem nunca me teres perdido, porque nunca me irás perder...
De quando me apanhaste ao colo quando não podia mais caminhar...
Do último beijo que te dei e da vontade que tive de te dizer: Sou tua, para sempre, faz de mim o que quiseres, pois sem ti não sou nada e nem quero ser!!!...

Depois lembro de tudo o que disseste e fizeste com outros alguéns que não eu, nas palavras de carinho que todas essas pessoas te mereceram e eu nunca ouvi... Nos teus gestos de amor e carinho para essas pessoas, os quais eu nunca tive...

E daí vem a minha raiva!!!...
Hoje, é ela que me alimenta o corpo e, acima de tudo, a Alma!!!...
A raiva de um pássaro ferido de morte, que apenas fez um único erro: Amar-te!!!

Como se esquece alguém que se ama???
Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver???
Não se esquece um grande Amor...
Ele nunca acaba, não acabou...
Apenas não resultou...
Talvez numa outra vida...

Queria estar sempre presente nos teus dias, queria ter-te sempre presente nos meus, como sempre estiveste...

Mas não posso, não quero sofrer mais!!!
Prefiro-te morto, em mim e para mim!!!...

Como queria deixar-te partir e ficar com uma parte de ti e de mim, algo que nos unisse num só, para sempre...
Mas nem isso...

E por tudo isso e por não te poder ter…
Quero-te morto!!!
Preciso matar-te para eu conseguir sobreviver…

E com a tua morte, me despeço, com Amor…

Um único momento

Tenho uma lágrima presa nos meus olhos,
E a sensação de que não aproveitei nada do que vivi...
Tenho medo de esquecer-me como sorrir,
Mas ainda posso chorar...

Apaguei as luzes para quê???
Para não ver o que está na minha frente,
Tropeçar nas coisas que deixei espalhadas no chão;
Entre elas os dias em que fui feliz...

Lembras-te do brilho que tinha nos meus olhos?
Agora está ofuscado pela lembrança de que estou sozinha…

Queria ter a oportunidade de dizer que ainda te amo,
Sem que me dês tempo para fingir que te odeio!
Afinal, do que valeria esse momento???

Queria ouvir-te dizer que pensas em mim...
Nenhuma palavra mais seria dita,
Com um beijo longo e um abraço apertado,
Sentiria o teu coração a bater acelerado contra o meu peito...
Sentiria o teu cheiro,
Deslizaria os meus dedos por entre os teus cabelos...
Repetiria por horas que és tu que eu amo,
Que jamais conseguirei esquecer-te,
E que toda a angústia que sentia por não te ter,
Se havia ido embora... Ali, nesse momento…

Todos os momentos que não tivemos, seriam vividos apenas num momento…
E, a partir daquele instante, começariam as nossas vidas...

Queria ter-te ao meu lado para assistir a um filme na TV,
Para caminharmos de mãos dadas,
Para que te deitasses no meu colo enquanto apreciaria o teu sono...
Queria ver-te a sorrir,
Queria um abraço, dizendo-me ao ouvido que me amas...
A noite seria curta demais para contarmos as estrelas...

Convivo com este Amor guardado no meu peito, escondido de tudo e de todos e sei que aprendi a fingir muito bem...

Ninguém acredita quando digo que ainda te amo...
Ninguém acredita quando digo que ainda te espero...
Ninguém acredita que piso no meu amor-próprio todos os dias, sonhando em ver-te...
Ninguém é capaz de entender que não sei como evitar este sentimento...
Mas também pouco me importa se vão ou não entender, apenas: Não me critiquem por te amar!...

Isto tudo é tão utópico...

E por tudo isto e porque não quero mais...
“Matei-te”...

Voltei a ser feliz, deixei de sobreviver para recomeçar a viver de novo...
Renasci...
N’um único momento...

Desculpa!...


Desculpa!...
Uma palavra que sempre desejei ouvir da tua boca e que, quando a ouvi, senti que faltava algo…
Senti que tinha passado tempo demais e que essa simples palavra tinha chegado tarde demais, vinda da tua boca…
Tu sabes disso, sabes melhor que ninguém e por isso admitiste o mal que me fizeste, o quão frio foste comigo, o quão cruel foste… Quando mais precisava que me amasses, que me abraçasses, que me reconfortasses nos teus braços…
Admites que erraste e por isso o disseste: “-Desculpa-me! Sei o que fiz, sei como fui para ti… Desculpa!”

Tarde demais!!!...

Aceitei o meu destino e escrevi, no final da tua página na minha Vida, a palavra “Fim”.
Só eu sei o que isso me custou, só eu sei o que doeu, o quanto sofri por ti…
Mas escrevi essa palavra, a tinta, para não a poder apagar…

Hoje, sinto que estás arrependido…
Mas...
É tarde, meu Amor!

Sei que me entendes melhor que ninguém…
Sei que me conheces melhor que qualquer outra pessoa no Mundo…
Sei que me amas, à tua maneira muito própria e, por vezes, estranha…
Sei que te conheço como ninguém te conhece…
Sei que te amo como ninguém te vai amar…
Como te disse um dia: “-Podes encontrar na tua Vida alguém que te ame tanto quanto eu, mas jamais vais encontrar alguém que te ame mais do que eu te amo!”
Sei que fazes parte de mim, como eu faço parte de ti…
Sei que fomos feitos para estar juntos, para sempre…

Sei…
E porque sei isso é que me custa tanto admitir que não posso estar contigo…

Quem ama, perdoa…
Quem ama, esquece o passado…
Quem ama, aceita tudo…
Quem ama, dá tudo incondicionalmente …

De ti, apenas esperei a palavra que tanto tardaste em me dar…

Tarde demais, Amor…
Tarde demais…

Tu... Eu... NÓS...


Cada onda do mar,
Traz uma lágrima Minha,
E um consolo Teu...

Cada raio de sol,
Carrega um sorriso Meu,
E um brilho Teu...

Cada gota de chuva,
São beijos Meus,
E suspiros Teus...

Cada pedra da calçada,
Tem uma história,
Tua e Minha...

Em cada beijo Teu, há um beijo Meu,
Em cada palavra Minha, há tanto de Ti...
Tanto de Mim, tanto de NÓS.

Porque o Nosso conto é assim,
Um rasgo de Amor que passou pelo Mundo e fez História,
A Nossa História...

Esta noite sonhei Contigo...
Eras parte de uma pintura que eu mesma pintei,
Parte de um sorriso que Eu desenhei,
Parte de um olhar, de uma conversa, de uma lágrima, de um suspiro,
Parte de MIM, parte de TI, parte de NÓS...
Porque tudo em Nós é partilha, tudo em Nós é parte de Ti, parte de Mim...
E juntos formamos um todo que se completa e se eterniza no meu sonho...
AMO-TE!!!...

O meu medo não é ouvir...
O meu medo não é olhar...
O meu medo não é sentir...
O meu medo é saber…
Saber que um dia não será mais dia e que a noite será para sempre noite…

terça-feira, 1 de abril de 2008

A dor de não sentir


Medo do vazio…
De olhar para mim e de nada ver…
Só uma página em branco com mágoas calcadas por uma caneta sem tinta...

Assustadora visão de alguém sem sonhos,
Entregue a uma banalidade monótona a que chamam de rotina...

Rotina esta que é a corda, velha e resistente, que me amarra à Vida...

Caminho pelos dias, de olhos ávidos de sonhos,
Na esperança de sentir aquela brisa fresca que me acaricia e sempre me apaixonou...

O desejo de te ter...

Que eu acorrento em histórias que nem eu própria acredito...

Numa fuga à dor mais crua...

Na senda da melancólica dor de não sentir...

Mergulho num vazio...

Resta-me saber quando voltarei a emergir... As cicatrizes tornam-me mais bela...

Nunca falamos sobre “Hoje”... Pois não?


Noites mornas e ternas...
Cúmplices...
Deu-se absolutamente tudo o que havia para dar...
Não ficou nada por dizer.

Excepto o que nasceu depois...

Muitas noites sem rumo, muitos gritos da Alma que se afundavam na realidade que não podíamos nem sabíamos mais como combater.
Noites em que nos perdíamos e nos reencontrávamos, vezes sem conta.
Só porque era bom...
Só porque era muito difícil ficar sempre... E só porque era difícil partir...

Não quero que o quarto seja este quando eu disser as palavras que até hoje ainda ninguém ouviu...
Não quero que sejam estes os lençóis. Devem ser outros, de outra cor...
A luz não pode ser tão forte. Tem que ser mais suave para não sufocar a verdade...
Não quero que o quarto seja assim. Porque, nesse instante, não pode existir mais nada para além dele.
Quando eu disser as palavras que nunca disse...

Os lençóis onde eu estiver deitada devem confundir-se comigo... Misturar-se... Diluir-se em mim... Para formar uma essência que se dê a conhecer apenas nesse breve momento e que logo depois se dissolva, para nunca mais existir...

Hoje, senti que, de repente, os dias voltaram a passar.
Os objectos que me rodeiam deixaram de estar cobertos por uma espessa camada de pó e revelaram-me novamente a sua natureza em forma de cor, textura e geometrias variadas.

Hoje senti que não me importo que estejas longe...
Prefiro essa ausência à que sentia quando estavas presente...

Subitamente, a distância de mim aos outros dissipou-se e deu lugar a um mar que me transporta na sua ondulação sem destino pré-definido.
E não me angustia mais não saber exactamente onde me vai conduzir...
Estou à deriva... Enfim...

Hoje, senti-me vibrar novamente só por notar que a minha pele ainda é macia e quente, que a minha boca ainda tem a forma do desejo e que as minhas mãos ainda mergulham sofregamente na realidade com a certeza inabalável de que vale a pena ousar...
Olhei o meu reflexo em tudo o que à minha volta mo devolve.
E, surpreendida, constato que estou a sorrir... Continuo a saber sorrir...

Hoje senti que nunca falamos sobre “Hoje”... Pois não?

Tenho andado alheada de sonhos e sido cúmplice de uma realidade que antes não deixava aproximar-se.
Conivente e comparsa num plano que não sei como termina.
Vou movendo o meu corpo, indiferente à brisa que me rouba e leva para muito longe as essências de outros dias...

Posso dizer-te um segredo (que nem é segredo)?
Amo-te!
E mesmo que a minha boca não o diga, é tudo o resto em mim que o pronuncia.
As minhas mãos dizem-no de cada vez que voam delicadas em carícias doces no teu cabelo.
Os meus olhos gritam-no todas as vezes que pousam suavemente nos contornos de tudo o que és... Especialmente na curva do teu sorriso.
O meu corpo sente-o sempre que acontece a fusão explosiva e fatal das nossas peles e do nosso desejo.

Lamento, mas não me vou desculpar mais...
Sei que é complicado, mas não vou pedir desculpa por amar...
E não posso poupar-te ao meu Amor...

Incompatibilidade ou medo de amar?!


O que dá mais medo?
O comodismo, a desistência ou a briga?

Amores convencionais e as suas perguntas eternas.

O que é que os homens temem???
Amar demais, amar de menos, ou serem sufocados pelo Amor???

Histórias de homens e mulheres... Situações aparentemente comuns que tratam de perda e reconstrução...

Por um lado, mulheres que já não se deixam dominar, traçam sozinhas o seu caminho e batalham, orgulhosas, pelo seu lugar ao sol e pelo homem que amam.
Por outro lado, homens que temem o Amor, vivem de aparências, alimentam ressentimentos e mágoas e nunca esquecem o passado.

Os desencontros, os descompassos, as loucuras e os prazeres na hora de se entregar totalmente a um homem ou a uma mulher.
É descobrir que, mesmo diante de desejos fugazes ou amores avassaladores, sentiremos sempre aquela pitada de medo – um medo que pode fazer toda a diferença.
Corrói a Alma aos poucos, ou aprisiona-nos definitivamente na grande aventura que é amar...

Relações humanas: a coisa mais complexa que pode existir...

Eu também tenho muito medo delas, ainda que seja amizade...
O medo de relações não pode impedir que elas saiam da tua Vida: elas estarão sempre lá até à tua morte e, sim, um dia elas serão boas e far-te-ão bem... Sem medos, inseguranças ou coisas assim: apenas serão...


Começo por escrever, novamente, pois acredito que não há melhor arma do que a escrita para fazer evoluir o Homem.
Assim, vou tentar falar sobre uma questão que me é próxima e que, se assim não fosse, não seria capaz de falar dela: as incompatibilidades.
Encarar um fim, pois a outra pessoa pensa que não consegue viver com a diferença que eu represento e com os defeitos que tenho, com a pessoa que, afinal, sou.
Se, a isso, acrescentar que não acredito no fim desse Amor, pois recuso-me aceitar tanto tempo de mentira...

Todos temos a nossa forma de amar, por vezes estranha, vivida na ausência de carinho, mas sentida no fundo do nosso íntimo e do nosso coração, sendo que temos apenas de conseguir transparecer esse Amor, em pequenos gestos que seja...

E se a razão desse fim for a falta de confiança???
E, se por esse estúpido motivo, errarmos, sem volta a dar?!
Depois... Depois é sofrer na pele a amargura de algo perdido...

Acredito, sinceramente que, quando uma pessoa ama de verdade é capaz de se adaptar às circunstâncias, ainda mais quando tem a certeza daquilo que deseja e daquilo que ambiciona...
Acredito que, quando vale a pena e quando acreditamos no objectivo e na pessoa que está no nosso lado, TUDO é possível!!!...

Sim, podemos não ser compatíveis em “n” coisas, mas não é isso que nos atrai? Não é isso que nos une a outra pessoa? Não é poder dividir com outra pessoa a felicidade que temos dentro de nós, assim como a tristeza que pode ser apagada com um sorriso aberto da nossa “cara-metade”?
Mau é quando as pessoas não estão dispostas a fazer algo pela felicidade de ambos...

Aqui fica a questão: “Amam-se a vocês próprios e amam quem vos ama?“.
Amor é mesmo um risco, certo?!
O nosso medo de amar é isso mesmo: o medo do risco. Risco de perder, risco de ter que ficar, risco de ter que abrir mão de a, b ou c para permanecer.

O maior erro que cometemos é buscar sermos amados, em vez de amar. O que nos torna cobardes é o medo de perder esse Amor.


Para (fazer) pensar, aqui ficam algumas palavras de Vinicius de Moraes:

A maior solidão é a do ser que não ama.
A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.


A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo,o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.


O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se,o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflecte. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o património de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.

Eu sei e você sabe
Já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe
Que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste
Por isso meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham a você.
Assim como o Oceano, só é belo com o luar
Assim como a Canção, só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem, só acontece se chover
Assim como o poeta, só é bem grande se sofrer
Assim como viver sem ter amor, não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você!

Vinicius de Moraes

Antes que seja tarde demais...


Segura-me!!!
Agarra-me!!!
Antes que seja tarde demais...
Prende os meus dedos entre os teus e completa-me... Abraça-me!!!

Preenche o vazio com os teus suspiros...

Faz-me pensar em ti antes que me perca nos meus pensamentos e me perca na saudade...

Na saudade de não te ter... Sem nunca te ter tido!!!


Encosta a tua pele na minha pele nua e fria que espera... Que espera a tua!


Já fui nada... Faz-me acreditar de novo que sou tudo... Um tudo nada que existe e te faz feliz!


Dói a tua ausência em mim...



Toco-te em pensamento...

Se te tocar, será que sentes???

Se te tocar, será que respondes???

Se te sentir... Se te responder... Será que me tocas???

Se me tocares... Será que ainda te consigo sentir em mim???



Emoções sentidas... Momentos passados...

Imagens... Saturadas... Que queimam e se dissolvem na minha mente... Que te sente... Sempre!



Agarra-me!!! Não me deixes cair novamente!!!...

Dói a saudade do passado... Dói saber que me deixaste a morrer... Que não esperaste por mim...


É tarde para o que quer que seja... É tarde para lembranças que só existem dentro de mim e que não quero encontrar em mais ninguém...

Não quero ouvir-te no silêncio... Não te quero ver em outras caras, não quero sentir o teu cheiro em mais ninguém... Não te quero sentir onde não estás...


Onde me tens???

Onde me magoas agora???

Já não te sinto... Já não te vejo...

Não te quero na nossa realidade, à qual nenhum de nós nunca pertenceu...

Nunca a alcancei, mas sempre a quis...


Deixa-me!!!
Odeio que me agarres para sempre!!!
Deixa-me aqui com a saudade...
Porque dói...