segunda-feira, 24 de março de 2008

Silenciosamente, sem retorno…


Sofrendo silenciosamente,
Ergui o meu sorriso fingido,
Porque ainda é proibido
Obedecer à nossa própria mente...

Aguentei a dor, calada,
Esperando um dia o fim
De tudo o que ainda ardia em mim,
Como se estivesse aceso, mesmo estando apagado...

Consumia-me o anseio de fugir daqui e dali,
Essa vontade de esvair-me de ti
E de deixar-te ir, como uma pena solta na ventania
E sem a esperança de, algum dia,
A minha Alma tocar na tua, de novo.

Ah... Como era bom que o sonho fosse eterno!!!...

Que eu permanecesse sempre dentro do teu coração, como imortal!...
Que nunca me deixasses cair nessa escuridão,
Que, para mim, era muito mais que fatal...
Corria dentro de mim um viscoso rio de amargura
Que coexistia incompativelmente com o meu Amor em fervura,
E mantinha-me num constante impasse de optar
Entre amar sofrendo ou deixar de sofrer, morrendo...

A cada dia, ia-se mais um pouco de Mim...
E eu, na resignação do meu desaparecimento,
Já não tinha força para lutar
E sentia-me quebrar por dentro...

Por que teimavas tu em ser assim???

Ardia-me o peito e doía-me a Alma!!!
Sempre que fechava os olhos e te sentia aqui...
Sempre que recordava as vezes que contigo sorri...
Respirei fundo, tentando manter a calma...
Não conseguia… Porque tu ainda vivias dentro de mim...
E eu estava ainda em ti, sem bilhete de retorno...


Hoje, mudei de linha...
A validade do bilhete acabou...
Essa viagem que teimei em ter tanto tempo como minha,
Deixou de fazer sentido, e com ela tudo se findou...


Silenciosamente, sem retorno...
Reencontrei-me...

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