segunda-feira, 24 de março de 2008

Almofada...


As palavras já não me saem com a mesma facilidade como antes...
Os dedos não transmitem o que o meu coração não diz...
Ele está vazio de sentir... De amar...

Acabo por concluir que amo quem sempre amei... Quem sempre quis amar...
Gostar... Gosto de quem sempre gostei...
Odiar... Eu nunca odiei...

Apenas resta a minha existência sempre descontente...
Por querer sempre mais e mais do que tenho... Ou que nunca tive...

Os meus olhos passeiam em livros de todos os autores...
E leio as letras por lá perdidas de histórias tão doridas... De histórias tão felizes... Como as minhas...

Ouço discursos soltos e, mais uma vez, são palavras perdidas que dessas bocas saem... Contam histórias que enfrentam a própria imaginação da crueldade... Da falta de atenção... Do esquecimento...
Palavras feitas, ditas na primeira pessoa, tentando descrever a dor que foi vivida...
São mais que palavras de dor que aterrorizam a minha pobre imaginação...

A paz e o perdão de quem viu a vida ser destruída ainda no seu início...

Olho em volta e só consigo vislumbrar as minhas recordações espalhadas pelos cantos que me rodeiam e que constroem o meu Mundo...
Tantas histórias tenho...
Tanto já vivi...
Tanto já sofri...
Tanto já sorri…
E tanto que ainda me espera...
Cada dia é uma nova Vida...
Um nascer de novo, um morrer outra vez...

Hoje sorri...
Sorri de dentro de mim...
Hoje andei com o sorriso em mim...
Sorri, porque senti uma vez mais o que sou...
Importante para alguém... Alguém... E mais alguém...
Sou importante pelo que sou... Pelo que construí de mim...

Guardei uma porção para quando à noite me deitar...
E procurar na minha almofada o teu cheiro...
O cheiro que não está lá mas que vai sempre estar...
Em mim!!!...

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