
Deixo-te o silêncio,
Para que saibas ouvir o Infinito.
Deixo-te o sorriso,
Para que saibas inventar a Alegria.
Deixo-te um abraço,
Para que saibas sentir a Ternura.
Deixo-te o olhar largo e vasto,
Para que aprendas a ver Além de Ti.
Deixo-te palavras por escrever,
Para que com elas construas pontes.
Deixo-te a mão aberta, nua,
Para que, com a sua ajuda, subas mais alto.
Deixo-te o silêncio, pleno de burburinho,
Para que, com ele, saibas ouvir o que tem valor.
Deixo-te as palavras que escrevi,
Para que delas, tires o que valer a pena.
Deixo-te o olhar vago de quem quis ser único,
Para que, por ele, saibas o tamanho da solidariedade.
Deixo-te as palavras que fui alinhando,
Para que por elas, percebas quem fui.
Deixo-te o pouco e sem valor que escrevi,
Para que possas amar as palavras,
Que constroem o diálogo e vencem o inconformismo.
Deixo-te em testamento letras dum alfabeto,
Sem alinhamento ou sequência,
Porque é assim que a vida flui,
Mesmo quando, teimosamente, a queremos alinhada em fileiras de submissão.
Deixo-te o que Fui, em Tudo o que Sou...
E, se nada tiver valor,
Não te esqueças nunca:
Que te amei!