Procuro-te na vastidão do Mundo...
Procuro-te por caminhos incertos, subo montanhas, suplico ao céu que, inclemente, me riposta com a luz do sol, ofuscando-me o olhar...
Procuro-te onde não estás nem nunca estiveste...
Porque me custa mais lembrar-te que viver???
Porque insisto em relembrar-te quando tenho de esquecer-te???
Diz-se “Adeus” e julga-se ser um pretérito perfeito que, de perfeito nada tem...
Procuro-te por caminhos incertos, subo montanhas, suplico ao céu que, inclemente, me riposta com a luz do sol, ofuscando-me o olhar...
Procuro-te onde não estás nem nunca estiveste...
Porque me custa mais lembrar-te que viver???
Porque insisto em relembrar-te quando tenho de esquecer-te???
Diz-se “Adeus” e julga-se ser um pretérito perfeito que, de perfeito nada tem...
Ledo engano, o “Adeus” é um futuro contínuo... Um despedir a sangue e suor, lento e quase eterno...
Não é possível despedirmo-nos de algo ou alguém que, em certa altura da nossa Vida, foi tudo o que sempre quisemos e que, bem ou mal, deu sentido a um caminho até então sem rumo...
Uma despedida nunca é definitiva e nem se pode comparar a um corte na jugular, embora também se sangre de dentro para fora...
Já me despedi de tudo o que já foi e não pode mais vir a ser que, como uma onda do mar, nunca será o que já foi...
Já me despedi de tudo o que já foi e não pode mais vir a ser que, como uma onda do mar, nunca será o que já foi...
Ninguém pode ser o que já foi, tal como a água da fonte, o leito do rio, a água de antes já passou, a de antes passou e a que passa agora não volta jamais...
Tudo passa, tudo corre... Nada volta a ser o que já foi!
Despeço-me quase ritualmente, embora, na maioria das vezes, apenas eu entenda esses meus rituais...
Despeço-me quase ritualmente, embora, na maioria das vezes, apenas eu entenda esses meus rituais...
Despeço-me, agradecida...
Agradeço as feridas abertas, as fechadas que mantêm cicatrizes, as fechadas que não deixaram marcas mas, cujas dores melhor me ensinaram...
Despeço-me incessantemente de ti, que sangras ainda sem saber e o muito que ainda terás de sangrar até entenderes o que fez com que abrisses valas nas tuas certezas duvidosas de antes...
Ainda tens uma longa estrada pela frente, caminhos que já pisei e que não têm volta, mas não o sabes ainda... Nem nunca o saberás como eu o sei!
Só se pode andar em frente, o que fica para trás, lá tem de ficar...
Despeço-me incessantemente de ti, que sangras ainda sem saber e o muito que ainda terás de sangrar até entenderes o que fez com que abrisses valas nas tuas certezas duvidosas de antes...
Ainda tens uma longa estrada pela frente, caminhos que já pisei e que não têm volta, mas não o sabes ainda... Nem nunca o saberás como eu o sei!
Só se pode andar em frente, o que fica para trás, lá tem de ficar...
A Vida encarrega-se de o cobrar e o exigir assim, andar em frente, sem olhar para trás...
Assim, despedi-me e ainda me despeço de ti, do que um dia foste e que hoje não mais existe, embora nem tenhas consciência disso...
Assim, despedi-me e ainda me despeço de ti, do que um dia foste e que hoje não mais existe, embora nem tenhas consciência disso...
Ainda acreditas que aquele “tu” que me encantou continua contigo... Vestes agora outra pele que desconhecia e que me faz engolir tudo com um sabor amargo que desconhecia existir...
Terás de seguir com as tuas incertezas e dores que jamais partilhaste e eu... Eu não estarei por perto, ainda que esteja e que queira, hoje e sempre...
Terás de seguir com as tuas incertezas e dores que jamais partilhaste e eu... Eu não estarei por perto, ainda que esteja e que queira, hoje e sempre...
Estarei num qualquer ponto lá adiante, onde apenas chegarás se, algum dia, aprenderes a encarar o espelho sem o quebrares de raiva, mas grato por aquilo que ele te mostra.
O espelho é o caminho, o único caminho...
Só quando fizeres as pazes com o teu espelho, quando aprenderes a ver o que ele te mostra, quando souberes ver o que está lá e sempre esteve, só quando aprenderes a despedir-te... Só aí irás entender de onde vem a minha força para partir, sem dor... Só aí irás entender como renasço a cada morte, como me levanto após cada queda, como me ergo das cinzas quando tudo parece perdido...
Só quando fizeres as pazes com o teu espelho, quando aprenderes a ver o que ele te mostra, quando souberes ver o que está lá e sempre esteve, só quando aprenderes a despedir-te... Só aí irás entender de onde vem a minha força para partir, sem dor... Só aí irás entender como renasço a cada morte, como me levanto após cada queda, como me ergo das cinzas quando tudo parece perdido...
A dor, a minha dor...
Essa jamais irás entender, perceber ou saber sentir!!!
E, assim, me despeço de tudo o que foi, sem nunca ter sido, de sonhos coloridos e risonhos mas sem projecto de execução, de conversas inexistentes que seriam a solução mas que sempre evitaste porque nunca as soubeste ter...
Partir sem olhar para trás, despedir sem querer sentir a dor, não guardar histórias na memória e nem um baú de fotos e momentos... Isso é o teu dom, não o meu...
E, assim, me despeço de tudo o que foi, sem nunca ter sido, de sonhos coloridos e risonhos mas sem projecto de execução, de conversas inexistentes que seriam a solução mas que sempre evitaste porque nunca as soubeste ter...
Partir sem olhar para trás, despedir sem querer sentir a dor, não guardar histórias na memória e nem um baú de fotos e momentos... Isso é o teu dom, não o meu...
Seguir em frente, escolhendo-se a si próprio, não é coragem nem covardia, é humildade de aprender...
Foi a única solução possível...
Sei que ainda partirei muitas vezes, porque há sempre muito que aprender mas, por agora, só há o “nunca mais” amargo, porque aquela que sou ou que fui revê-se no espelho todos os dias, e aquele que nem tu sabes se foste ou se és continua a olhar o espelho e a procurar-se, ainda sem entender muita coisa...
Mas quero acreditar que, em algum momento, possa ter-te indicado o início da estrada que ainda insistes em ignorar...
Uma rosa cor de sangue cintila nas minhas mãos,
Nessa rosa, deixo o meu perfume...
Despeço-me de ti... Mais nada...