quarta-feira, 23 de julho de 2008

(N)Um beijo...


Num beijo que (a)guardo
Descubro olhares enleados
Lábios amorangados
Rendidos...
Seduzidos
Conquistados!

Num Beijo (in)quieto
No tempo... Sem tempo
Registo os suspiros... Por suspirar
Os toques... Por tocar
O desenho de uns lábios...
Ansiosos por beijar!

Num beijo com fo(le)go
De quente... Molhado
Em um sonho aquecido
De um momento (des)temperado
Com desejo vivido...
E um querer... Anunciado!

É O Beijo, escolhido!

O Beijo,
Que (a)guardo!..


Oiço os murmúrios da noite...
Trazem melodias cantadas baixinho...
De lábios suaves...
Longínquos...

Olho as estrelas,
Tentando identificar
A que olhas neste momento...

Sinto a brisa nocturna
E o cheiro a maresia ainda forte,
Que nela se faz transportar...

Evado-me para longe,
Para outro lugar...
Para outra margem...

Não sei se estou aconchegada,
Se suspensa no tempo dos afectos...

Não sei se a tua mão
Segura um carinho teu
Ou reprimes um toque meu...

É assim que me tens...
É assim que me sinto...
Nas palmas das tuas mãos...

No tempo... Sem tempo...

(N)Um Beijo,
Que (a)guardo!..

(A)Os homens da minha Vida...


Hoje, e como tem sido hábito desde há uns meses para cá, lembrei-me de todos eles e, afinal, o que eu sou também por eles.

Fui em busca de mim, lá atrás, no meu passado...
Reli tudo e vi-me saudosa, se assim posso dizer, pois senti-os bem longe e, ao mesmo tempo, tão próximos... Tão próximos que quase foi possível sentir o cheiro de cada um deles...

Este texto é intimista, partilha mais que eu, por isso hesitei, mas arrisco...
Podia ser hoje, amanhã ou até num futuro mais distante, mas a intensidade seria a mesma...
Vai sair a quente, tal como se quer!
Por isso, que melhor local para este registo senão aqui mesmo...

A forma como o escrevo será indiferente, apenas interessa a forma como será lido... Provavelmente indiferente a quem o irá ler mas, quem sabe, talvez seja lido por “ele”(s)...

A morte está a levar todos os homens das gerações anteriores à minha e os da geração presente restam, apenas restam...

A mim resta-me rever-me quando os tive, quando precisei deles...
Recordo-me de buscar neles o conforto de um simples recostar de cabeça...

Eram eles, os “velhos” que nos mostravam as duas faces de uma realidade, de forma alternada e suave.
“O Mundo mostra-se pelos seus homens, ainda que sabiamente retocado pela aveludada visão das mulheres.”
Isto não é mais do que uma fraca tentativa de traduzir um Homem, que busca compreender-se algures no seu próprio mundo.


Os homens da minha Vida...

Nem todos terão sido tão especiais, mas todos, à sua maneira, acabaram por sê-lo.

Não foram muitos, não foram poucos... Apenas os suficientes para fazerem de mim o que sou hoje.

Cumpre-se na minha memória as suas presenças, depois as suas saídas e, finalmente, as suas ausências.

Sinto a saudade dos tempos em que precisava de cada um deles, sem o saber...

Todos foram perdas mas, acima de tudo, a lembrança de como me foram construindo permanece... Inalterável! E como ela é penosa!...

Reconheço-lhes o efeito em mim, nem bom, nem mau, apenas completando-se e completando-me.

Senti-los partir é saber viver com a perda de alguém que nos leva um pedaço de nós... E deixa um pedaço seu em nós!

Não me sinto dividida, pois dei-me inteira!

De todos os ganhos e perdas, restou um único, para sempre meu... O troféu de uma Vida!


(A)Os homens da minha Vida...

Nem todos terão sido tão especiais, mas todos, à sua maneira, acabaram por sê-lo.

Não foram muitos, não foram poucos... Apenas os suficientes para fazerem de mim o que sou hoje.

Por isso, a todos "eles", a todos "vocês": Obrigada!



terça-feira, 8 de julho de 2008

Perdida num sonho... Entre o que é e o que parece ser...


Quebra o meu coração, saber-te aí, na escuridão...
Saber que esperas... Saber que queres...
Mas não o fazes!
O receio, o medo... Uma barreira!

Eu quero ser tua, se quiseres ser meu...
Quero entregar-me, se quiseres o mesmo...

Como pudeste dizer-me o que disseste,
E partires de entre estas paredes que nos cercavam?!...

Mas essas palavras não são consolo para mim,
Há muitas perguntas queimando cá dentro,
Esperando respostas que nunca vão chegar...
A causa de tudo isto só tu sabes...
Só tu sabes o que sentes e não me deixas saber, aprender contigo...
Posso ajudar, mas tu não deixas...
Não te posso tocar,
Não me deixas acreditar e nem sentir...

Estou perdida num sonho entre o que é e o que parece ser...

Tento enfrentar-te para que saibas que precisas de mim...
Tento que entendas que precisas de algo pra continuar...
Canso-me de tentar...

Sem uma palavra ou uma razão, somos cobardes...
Dentro de um quarto vazio, em tempos completo por nós...

Após este tempo, o Amor que resta é triste, não há nada a dizer...
Tudo o que podias ter feito... Não fizeste!...
Tudo o que podias ter dito... Não disseste!...
Só precisavas de definir um rumo...
Mas não... Optaste por te afastar...

Não te odeio, só sinto a tua falta...
Preferia viver-te, tocar-te, amar-te...

Continuo perdida num sonho entre o que é e o que parece ser...

Tendo que o enfrentar para não precisar de ti...
Canso-me de me tentar afastar do medo do dia...
Do dia em que vou pensar que não teve significado...
Sem palavras, sem razões, sem rumos...
Como um cobarde...

Saiste, sem acreditar, sem saber quem sou, o que poderia ter sido...

Continuo perdida num sonho entre o que é e o que parece ser...

Como podes pensar que não precisas...
De uma palavra, de uma razão...
Sem isso, não somos mais que cobardes...
Fugimos do Amor, da Vida... Não somos nada!

Eu quero ser tua, se quiseres ser meu...
Quero entregar-me, se quiseres o mesmo...

Não te odeio, só sinto a tua falta...
Preferia viver-te, tocar-te, amar-te!...

terça-feira, 1 de julho de 2008

O Grito da minha Alma

O coração dói,
A Alma chora,
O rosto contrai-se,
O sorriso desaparece...

Um nó sufocante invade o peito,
Não sei se a vontade maior é gritar ou calar...

Os olhos ardem,
A pele arrefece,
Os lábios secam,
As forças desaparecem,
O corpo esmorece,
A boca engole palavras que não podem ser ditas...

O cérebro não coordena os pensamentos,
A mente fenece...

O grito cala-se,
O corpo embala-se,
A cabeça anda à roda,
O reflexo desaparece,
A lágrima cai...
O peito molha-se,
A dor aumenta,
O grito sufoca,
A saliva seca e...
Outra lágrima cai...

A cabeça aperta,
O corpo contrai-se,
Os olhos quase fecham e a visão esvai-se...

O escuro é mais seguro,
Ninguém precisa ver...

Mais uma lágrima que cai...

Pensamentos misturados,
O coração mais apertado,
Solta o grito sufocado,
Sem palavras, só molhado,
Formando lágrimas que caem...
Lágrimas que rolam pela face...

Tempestade temporal,
Tentando aliviar a dor,
De uma Alma tão sofrida,
Que parece perder a Vida,
Quando sente a despedida...

Com gritos silenciosos, rasgo a minha Alma...
Do meu peito quero arrancar o dilacerado coração...
Que a dor que sinto, se transforme em nada...
E que o Amor que me resta me ajude a sobreviver...


O Grito da minha Alma é:

Um misto de vontade de gritar bem alto pelas ruas...
Um misto de vontade de bater bem forte com a cabeça nas paredes...
Um misto de absolvição dos meus pecados...

Um fim resolvido!...

Quem és tu, realmente?!


Ontem chorei quando senti o vazio da minha Alma no pensamento das tuas palavras...

Porque me encontraste???
Porque teimaste em tocar o meu coração???

Não sei se te odeio, se te adoro...
Sei apenas que, com a tua ida, ficou o vazio...

Quem és tu??? Que transformaste as minhas noites em dias de luz e a minha respiração numa suave melodia de amor???

Os dias passam e o teu silêncio era suposto culminar no teu esquecimento mas...

A tua existência deu vida à metade que eu sou mas a tua ausência mostrou-me o desespero de nunca ser um todo!

Sou frágil? Sou...
Mas isso tu já sabias e, portanto, pudeste escolher!

O meu coração não me liberta do que a minha razão teima em acreditar...

De que tu nunca exististe; foste apenas um sonho da realidade que não existe!
Uma fantasia, uma ficção, um devaneio do coração!

Pergunto-me muitas vezes porque penso em ti com tanta dor e, ao mesmo tempo com tanta esperança, e no meu pensamento viajo até aquilo que é o mais fundo de mim; a minha Alma...

Sim, reconheço que tu e apenas tu sentiste verdadeiramente quem eu sou, como mais ninguém alguma vez o sentiu...

Porque chegaste como um leão e partiste como um rato???

As tuas palavras iluminaram a minha vida e o teu sorriso devolveu-me o meu sorriso...

Para quê???
Para me tirares o chão…

Falaste-me de Amor e deste-me a conhecer o egoísmo, a distância e a frieza.

Como posso eu viver contigo alojado no meu coração e esperar e pensar que é amanhã que te vou encontrar?

Quem és tu, realmente???

Que me negaste um toque, um olhar, um sorriso e quase me chamaste louca???

Refugio-me em mim para tentar ultrapassar esta loucura mas, por vezes, o grito mudo da minha Alma é tão forte que adormece o meu pensamento e as lágrimas correm na minha face, em direcção ao meu coração, com a esperança de lhe dar um conforto...

Talvez a vida seja mesmo assim...
E esta seja apenas mais uma bonita história de Amor... Sem um final feliz!




Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te.

Toda gente é capaz de dominar uma dor, excepto quem a sente.

William Shakespeare

Onde ficámos???

Quando das nossas bocas se escapam silêncios,
Pardos suspiros forjados de ternura
E as palavras que se vêem em muda tristeza...

Desfalecem os nossos braços que se estendem?!

E a pele não mais se sabe,
Nas formas de corpos incógnitos de nada.

Quando te vejo na apatia das horas,
Nos beijos urgentes em série,
Com a forma de ontem,
Com a intensidade de tantos silêncios?!

E o tempo não perdoa
As rugas e o passado nas nossas faces...


Onde ficámos???


Se o desejo se dilui no tempo,
Nas horas perdidas e esquecidas,
E os fantasmas de todos os dias
São memórias que não sabem mais mentir?!

E tentamos sempre reinventar-nos,
Em vão... Sem chegar ou partir...

Se nos teus olhos vejo outras palavras,
Vontades que nunca ousaste,
Presas em limite, em tortura
Como se eu as sufocasse?!

E fugimos em loucura
Das nossas diferenças difíceis de entender...


Onde ficámos???


Quando se edificam muros na retina
E doem-me as mãos de nos amparar,
No medo de nos perder na rotina,
Na luta que julgas que só eu posso ganhar?!

Acabamos por arruinar olhares
De outras cores, todas as faces...


Onde ficámos???

Onde...