quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Uma carta...
Como escrever uma carta
A dizer o que sinto?
Impedir que a inspiração não parta,
E desenhar o Amor que pinto?...
Recorrer à palavra já farta,
Ao verso que permanece puro, limpo!...
Farta de te ver sem te sentir,
Ou de te sentir sem te ver...
Atrás de ti queria ir,
Mas nas sombras tenho de me esconder!...
Tive de a todos iludir,
Por assim tanto te querer!...
Mas para quê continuar,
E manter-me a escrever?...
Porque não abandonar,
Deixar, e apenas esquecer?...
Como de ti deixar de gostar?
Como conseguir fazer o Amor esmorecer?...
E dizer-te isto em pessoa...
Tivesse eu coragem e pudesse...
Como cantar-te um verso que não soa,
E dizer-te que o que sinto não desaparece...
Falar-te do sonho que voa,
Da ilusão que ainda permanece...
Numa carta escrevia tudo,
Num envelope onde não posso escrever o destino...
Palavras de uma paixão muda,
Que me mantém sempre em desatino...
Infelizmente, não sou sortuda,
E nem com o meu nome a assino...
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3 comentários:
Quantas cartas que escrevi e não entreguei... algumas arrependo-me de não ter entregue, outras arrependo-me de ter entregue e algumas jamais vou saber se tomei ou não a decisão certa de guardá-las num sitio onde o destinatário jamais vai encontrar e ler.
Apenas não me arrependo de as ter escrito.
Obrigado por voltares a escrever. A tua escrita é ouro que pinta o mundo dos blogs :)
Parabéns
RM
Obrigada, Anónimo RM...
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