quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Quase...

Quase tudo, quase nada... Há dias em que nos sentimos assim, verdade?!

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.

É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas oportunidades que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto.
A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados.
Sobra a covardia e a falta coragem até para ser feliz.

A Paixão queima, o Amor enlouquece, o Desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.
Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina,
não inspira,
não aflige nem acalma,
apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que a fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Para os erros há perdão; para os fracassos, chance; para os amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar Alma.
Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.

Não deixar que a saudade sufoque, que a rotina se acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfiar do destino e acreditar em nós.
Gastar mais horas realizando que sonhando, fazendo que planeando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

2 comentários:

Sunshine disse...

"Quase" "Se"... são palavras sem conforto... Algures nesse tempo há que optar por uma decisão definitiva... We often have to let go various times in our lives.

Anónimo disse...

o passado deve ser mantido no seu lugar próprio, e nunca devemos deixar que ele interfira com o presente e mais grave ainda com o futuro... Não existe nada pior do que relembrar constantemente aquilo que fizemos e aquilo que podería-mos ter feito!
Olha para o futuro apenas... ;)