sábado, 16 de janeiro de 2010

Eu... Imperfeita... Me confesso...




Eu, imperfeita, me confesso:

Confesso ao mundo que sou negra... E branca...
Que amo e odeio, que quero para não querer...
Que me fecho em mim, calo e não sou franca...
Que desespero de tanto amar sem poder!

Eu, imperfeita, me confesso:

Confesso que ruge em mim o Mal e o Bem,
Que se debatem numa luta sem fim,
Extenuando-me as forças, arrastando para além do meu limite...
Exigo-me o que já não tenho de mim...

Eu, imperfeita, me confesso:

Confesso que amo mais que a própria Vida...
Que morro a cada dia um pouco mais...
Na ausência do "meu mundo" e vivo dividida,
Entre lutar por tê-lo a meu lado esquecendo os demais,
E libertá-lo do nó cego que por Amor se deu...

Eu, imperfeita, me confesso:

Sou imperfeita,
Comum, com pecados e qualidades,
Luxúria, orgulho, preguiça,
Anseios, Amor, ternura, carinho, etc.

Todos na sua devida ordem e ocasião exacta.

MAS SOU INTENSA EM TUDO!

Porém, em busca contínua da perfeição,
Mas sem hipocrisia e falso moralismo.

Pois SOU original e NÃO cópia do que desejo.
Mas também tenho a sabedoria de tentar achar-me,
Encontrar-me...

Por favor!
Chega de falsidade!
A vida é curta demais, para ética barata.

Para que queres a verdade, se não a aguentas?

Não me perguntes:
- Quem és?
- De onde vens?
- Para onde vais?

Sou Mulher...
Que alguém magoou,
E que com asas adaptadas voou...

Não tentes entender as vezes que padeci.
Não vale a pena tentar.
Nem tentes descodificar as incógnitas que sobreviveram a essa dor!
Não se aborreça, se o amor acabou,
Se o meu coração sangrou e muita mágoa deixou.
Não tentes restaurar, enxugando as lágrimas
Que escorrem pela minha face,
Lágrimas sem disfarce...

Metade de mim ficou em alguém,
E não se quer reconfortar.

Ainda temo a paixão do olhar,
A metade que sobreviveu,
De Ti não se esqueceu...
Mas exonerou-se de te amar...


Onde há muito sentimento, há muita dor.
[Leonardo da Vinci]

2 comentários:

RM disse...

A nossa perfeição reside no facto de sermos imperfeitos!

Sunshine disse...

RM escreveu aquilo que estava a pensar enquanto li este texto - são as nossas imperfeições que nos torna perfeitos, isso e a nossa vontade de derrumbar e reconstruir aquilo que somos, mantendo-nos fiel às nossas fundações e com uma vontade ardente de sermos melhor.