domingo, 27 de dezembro de 2009

Rendo-me!...




Rendo-me...
Na mais simples forma...

Rendo-me...
A Ti, a Mim e a Nós, a Tudo...
Às coisas que a Vida não me deu e que eu tanto pedi...
Aos sonhos que tanto sonhei e não vieram...

Rendo-me...
Às maravilhas por mim deslumbradas que me fazem sentir minúscula, quase imperceptível...

Rendo-me e abro a Alma ao Mundo...

Dispo a farda de guerreira, a armadura implacável, que outrora me assentou tão bem, neste corpo cansado, moído e saturado...

E, então, ofereço...
Oferecendo-Te, oferecendo-Me a Ti...
Já não sou predadora do Amor,
Sou presa fácil nos teus braços e na armadilha do teu ser...

Rendo-me...
Ao teu olhar,
Que se atreve a ler a minha mente,
Na ânsia de me querer...


Na mais simples forma...
Rendo-me... A Ti!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Uma carta...




Como escrever uma carta
A dizer o que sinto?
Impedir que a inspiração não parta,
E desenhar o Amor que pinto?...
Recorrer à palavra já farta,
Ao verso que permanece puro, limpo!...


Farta de te ver sem te sentir,
Ou de te sentir sem te ver...
Atrás de ti queria ir,
Mas nas sombras tenho de me esconder!...
Tive de a todos iludir,
Por assim tanto te querer!...


Mas para quê continuar,
E manter-me a escrever?...
Porque não abandonar,
Deixar, e apenas esquecer?...
Como de ti deixar de gostar?
Como conseguir fazer o Amor esmorecer?...


E dizer-te isto em pessoa...

Tivesse eu coragem e pudesse...
Como cantar-te um verso que não soa,
E dizer-te que o que sinto não desaparece...
Falar-te do sonho que voa,
Da ilusão que ainda permanece...


Numa carta escrevia tudo,
Num envelope onde não posso escrever o destino...
Palavras de uma paixão muda,
Que me mantém sempre em desatino...
Infelizmente, não sou sortuda,
E nem com o meu nome a assino...