sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Apaixonada
Por vezes sinto uma paixão louca
Nascer dentro de mim...
Lava incandescente,
Um calor premente,
Uma torrente de alegria sem fim...
Não sei como ultrapassar
Este sentimento,
Que me torna cega, mas feliz...
Ávida de tudo,
Desejo infinito...
Sou assim,
Apaixono-me!...
Por cidades, ruas e jardins...
Passeio-me louca,
Maravilhada de tudo...
No sangue, a certeza
De um fervor sem fim...
E no olhar, o brilho
De quem ama perdidamente...
Paixões voláteis,
Que mudam a cada esquina,
A cada ideia nova...
Nos sentidos despertos,
Num entusiasmo novo,
Intenso e louco,
Em cada momento...
E dou-me totalmente,
Em tudo o que faço!...
Apaixonada...
Ergo monumentos,
E desenho metas,
Assim...
Ávida de conhecimento,
Curiosa... Fascinada...
Vagueio na vida...
Sentindo extremos...
Apaixonada!...
Sinto demasiado,
E amo e odeio,
Brinco e choro,
Morro e renasço!...
Ardo no fogo,
De cada projecto novo...
E fecho-me,
Em esferas de calor...
Desço ao inferno,
E volto ao sabor...
Do vento,
Do tempo...
Para renascer,
Noutro lugar,
Numa ideia,
Numa vontade,
Nova de tudo!...
O meu destino?!
Destruir e reconstruir...
Tudo!!!
sábado, 16 de janeiro de 2010
Eu... Imperfeita... Me confesso...
Eu, imperfeita, me confesso:
Confesso ao mundo que sou negra... E branca...
Que amo e odeio, que quero para não querer...
Que me fecho em mim, calo e não sou franca...
Que desespero de tanto amar sem poder!
Eu, imperfeita, me confesso:
Confesso que ruge em mim o Mal e o Bem,
Que se debatem numa luta sem fim,
Extenuando-me as forças, arrastando para além do meu limite...
Exigo-me o que já não tenho de mim...
Eu, imperfeita, me confesso:
Confesso que amo mais que a própria Vida...
Que morro a cada dia um pouco mais...
Na ausência do "meu mundo" e vivo dividida,
Entre lutar por tê-lo a meu lado esquecendo os demais,
E libertá-lo do nó cego que por Amor se deu...
Eu, imperfeita, me confesso:
Sou imperfeita,
Comum, com pecados e qualidades,
Luxúria, orgulho, preguiça,
Anseios, Amor, ternura, carinho, etc.
Todos na sua devida ordem e ocasião exacta.
MAS SOU INTENSA EM TUDO!
Porém, em busca contínua da perfeição,
Mas sem hipocrisia e falso moralismo.
Pois SOU original e NÃO cópia do que desejo.
Mas também tenho a sabedoria de tentar achar-me,
Encontrar-me...
Por favor!
Chega de falsidade!
A vida é curta demais, para ética barata.
Para que queres a verdade, se não a aguentas?
Não me perguntes:
- Quem és?
- De onde vens?
- Para onde vais?
Sou Mulher...
Que alguém magoou,
E que com asas adaptadas voou...
Não tentes entender as vezes que padeci.
Não vale a pena tentar.
Nem tentes descodificar as incógnitas que sobreviveram a essa dor!
Não se aborreça, se o amor acabou,
Se o meu coração sangrou e muita mágoa deixou.
Não tentes restaurar, enxugando as lágrimas
Que escorrem pela minha face,
Lágrimas sem disfarce...
Metade de mim ficou em alguém,
E não se quer reconfortar.
Ainda temo a paixão do olhar,
A metade que sobreviveu,
De Ti não se esqueceu...
Mas exonerou-se de te amar...
“Onde há muito sentimento, há muita dor.”
[Leonardo da Vinci]
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